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João Carlos Nogueira falou da resistência da "elite branca" para implementar políticas públicas de
“Nos últimos sete anos, ingressaram mais negros nas universidades públicas, do que nos 20 anos anteriores”, afirmou João Carlos Nogueira, secretário-adjunto da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal (Seppir), durante debate realizado nesta segunda-feira (24/05) no campus da UFES, em Vitória (ES).
A presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), participou da mesa de abertura do debate, que teve como tema de discussão “Igualdade Racial: desafios para a implementação de políticas públicas”. O evento foi organizado pelo Conselho Regional de Serviço Social do Espírito Santo (CRESS-ES), em parceria com o Movimento Negro Capixaba.
O objetivo foi promover um debate entre os assistentes sociais capixabas acerca da desigualdade racial no país e discutir ações e políticas públicas a serem implementadas para combate à discriminação racial no Estado e em todo o Brasil.
Para o secretário adjunto da Seppir, que já publicou 12 livros sobre a temática da desigualdade racial, “esse não é apenas um debate do Brasil, mas de toda a América Latina” e alertou para o campo de disputa existente em torno das políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no país.
“As políticas públicas que estão sendo colocadas em cursos no país, estão em disputa em todos os seus níveis, em especial as que tratam de uma mudança na educação. A elite branca, não comprometida com essas políticas, sabe o que é mexer na estrutura educacional brasileira e está fazendo de tudo para que elas não sejam efetivadas”, afirmou Nogueira.
Apesar das dificuldades por conta dessa disputa política, Nogueira apontou os avanços alcançados com o governo Lula. “A criação da Seppir demarca um espaço de instrumento de atuação oficial do estado para promover essas políticas”, destacou o secretário.
Nogueira ainda listou outras políticas como a criação da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares; do Programa Brasil Quilombola - que integra um conjunto de ações de vários órgãos federais para fazer valer os direitos das comunidades quilombolas -; a implementação da Lei 10.639, que torna obrigatória a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares; a aprovação na Câmara dos Deputados o Estatuto da Igualdade Racial e da Lei nº 180/2008 para implementação das cotas para o ensino superior, ambas atualmente em tramitação no Senado Federal.
Na avaliação da deputada Iriny Lopes, o governo Lula teve muitos avanços mas muito ainda precisa ser feito para que a população negra conquiste seus direitos ignorados por séculos de preconceito e discriminação. “O governo Federal avançou muito, em relação aos governos anteriores, mas muito ainda precisa ser feito. A minha presença aqui é uma reafirmação do nosso compromisso histórico com a continuação dessa luta”, defendeu Iriny.
Também estiveram presentes no debate integrantes do movimento negro capixaba, Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Ufes (NEAB), Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea), Comissão de Estudos Afro-brasileiros (Ceafro), Pró-reitoria de Extensão da Ufes (Proex), Núcleo Afro Odomodê, Movimento estudantil da Ufes, Fórum da Juventude Negra (Fejunes).
No final da tarde, o secretário reuniu-se, na sede da Assembléia Legislativa do Estado, com o Movimento Negro Capixaba, tendo na pauta de discussões a situação dos quilombolas no estado e outras questões referentes ao movimento negro no estado.
Ameaça Quilombola
A vinda do Nogueira ao Estado coincide com um momento de incerteza para os quilombolas de todo o Brasil. A Ação Direta de Inconstitucionalida de (Adin) 3239, impetrada pelo partido Democratas (DEM) contra o Decreto Federal 4.887/2003, deverá ser julgada pelo Superior Tribunal Federal (STF) ainda no primeiro semestre deste ano, como informa o site do Supremo.
O decreto foi editado em 2003, após um longo e amplo processo de discussão que envolveu 13 Ministérios, Advocacia Geral da União (AGU) e movimento quilombola. Foi adotado como o marco jurídico que sustenta toda a política federal de titulação de terras de quilombos, mas, em função da ADIN corre o risco de ser anulado.
Para Iriny essa ação é uma atitude de forte cunho ideológico da oposição e não se fundamenta na constituição. “Do ponto de vista jurídico, ignora tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, e cujos artigos obrigam o Estado brasileiro a respeitar normas relativas ao direito de propriedade e aos direitos humanos de grupos raciais ou indivíduos que pertençam a eles”, defendeu a parlamentar.
Como presidente da CDHM, Iriny está articulando agenda junto à Advocacia Geral da União e ao Supremo Tribunal Federal para tratar do assunto, na defesa do Estado em nome dos quilombolas.
ALGUNS EVENTOS NA CIDADE DE SALVADOR QUE, QUEM PUDER - NSB, DEVE PARTICIPARMAIODIA 24 (SEGUNDA)17:30 HSLANÇAMENTO DO LIVRO “IDENTIDADE NEGRA: DIREITOS HUMANOS E FORTALECIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES POPULARESLOCAL: CESE – RUA DA GRAÇA 164, EM FRENTE À FARMACIA SANTANADIA 25 (TERÇA)11:00 HSPALESTRA “GEOPOLITICA DOS PAISES AFRICANOS: O PAPEL DA UNIÃO AFRICANA”LOCAL: ESCOLA DE ECONÔMIA DA UFBA, PRAÇA DA PIEDADE EM FRENTE A POLICIA CIVIL18:00 HSPALESTRA DO DR. CARLOS MOORE “AFRICANIDADES E PENSAMENTO NEGRO: REPENSANDO O CONCEITO DE NEGRITUDE SEGUNDO AIMÉ CÉSAIRE”LOCAL: BIBLIOTECA CENTRAL DOS BARRIS21:00 HSABERTURA DO ENCONTRO IBEROAMERICANODIA 27 (QUINTA)ATIVIDADE: CERIMÔNIA DE ABERTURAHorário: 9h – 10hLocal: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:Ministro da Cultura – Juca FerreiraDemais Ministros PresentesPresidente FCP – Zulu AraujoOrganismos InternacionaisATIVIDADE: CONFERÊNCIA: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS POPULAÇÕES AFRO-LATINAS E DO CARIBEHorário: 10h – 12hLocal: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:Ministra Paula Moreno Zapata (Colombia)AlmoçoHorário: 12h – 14hATIVIDADE: MESA 1 – A FORÇA DA DIÁSPORA AFRICANAHorário: 14h – 15hDebate: 15h – 15h40Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:Madiagne Diallo – Pontifícia Universidade Católica (PUC/RJ)José Sanches Chala Cruz – Equador (a confirmar)Sidney Bartley – Ministério da Cultura da JamaicaSérgio Peñaloza Perez – Agência Espanhola de Coperação Internacional Para o Desenvolvimento (México) (a confirmar)Mediador: Carlos Alberto Santos – Universidade Católica de Brasília (UCB/DF)IntervaloHorário: 15h – 15h40ATIVIDADE: MESA 2 – AS EXPRESSÕES CULTURAIS NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADESHorário: 16h – 17hDebate: 17h – 17h30Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:Florentina Souza – Universidade Federal da Bahia (UFBA)Jéferson R. Rezende (Jéferson D) – CineastaMarcia Sant’Anna – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)Moisés Medrano – Ministério da Cultura da ColômbiaIndira Cedeño – Embaixada Panamá no BrasilMediadora: Mércia Queiroz – Coordenadora Geral Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC-FCP)ATIVIDADE: MESA 3 – PRODUÇÃO MIDIÁTICA NA AMÉRICA LATINA – IMAGEM AFROHorário: 17h30 – 18h30Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:Valter Firmo – DiretorMárcio Vasconcelos – FotógrafoRenzo Devia – Diretor e Produtor Filme “Afrolatinos” da ColômbiaRaquel Gerbe – Diretora do Documentário OriMediador: Elisio Lopes – Diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP-FCP)DIA 28 (SEXTA)ATIVIDADE: MESA 4 - BASE DE DADOS, MÍDIA DIGITAL E POLÍTICAS PÚBLICASHorário: 9h – 10h30Debate: 10h45 – 12hLocal: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)Participantes:José Márcio Barros -Observatório da Diversidade CulturalMarta Macedo Kerr Pinheiro – Rede Franco-brasileira de Pesquisadores em Mediações e Usos Sociais de Saberes e Informação – MUSSIMércia Queiroz FCP – Observatório Afro-LatinoEduardo Torres Cuevas – Sistema de Bibliotecas de CubaMediadora: Carolina Petitinga – Coordenadora de Estudos e Pesquisas (CNIRC-FCP/MinC)Debatedor: Luciano Damasceno – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SeCULT)IntervaloHorário: 10h – 10h45ATIVIDADE: GT 1 – CULTURA, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTAS DE INTEGRAÇÃOHorário: 9h – 12hLocal: Sala 2 - Othon Palace Hotel (100 pessoas)Participantes:Ailton Benedito – Membro do Conselho Editorial da Revista Comunicação & Política do CEBELA – Centro Brasileiro de Estudos Latino-AmericanoRicardo Freitas – Universidade Estadual de Santa Cruz/BARosane Borges – Universidade Estadual de LondrinaHenrique Cunha Jr – Universidade Federal do CearáAntonio Pompeo – A Cor da CulturaMadiagne Diallo – Pontíficia Universidade Católica do Rio de JaneiroNelson Inocêncio – Universidade de Brasília – UNBCoordenadora: Eliane Borges – Chefe de Gabinete (FCP)Relatora: Luciana Mota – Fundação Cultural Palmares/Representação BahiaATIVIDADE: GT 2 – CULTURA E EDUCAÇÃO NA INTEGRAÇÃO DOS POVOS AFRODESCENDENTES IHorário: 9h – 12hLocal: Sala 3 – Othon Palace Hotel (100 pessoas)Participantes:Makota Valdina Pinto – Conselheira do Conselho Curador da Fundação Cultural Palmares (FCP)Cláudia Miranda – Universiade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)Roberto Borges – Centro Tecnológico do Rio de JaneiroIrineia Lina Cesário – Secretaria de Educação do Estado Mato Grosso do SulPaulino de Jesus Cardoso – Universidade Estadual de Santa CatarinaZélia Amador de Deus – Universidade Federal do AmazonasCoordenadora: Maria Aparecida Chagas – Coordenadora-Geral de Gestão Estratégica (CGE-FCP)Relatora: Ana Cláudia Alves Medeiro – Coordenadora de Modernização (CGE-FCP)AlmoçoHorário: 12h – 14hATIVIDADE: GT 3 – COMUNIDADES TRADICIONAIS E MAPEAMENTOS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICASHorário: 14h – 18hLocal: Sala 1 – Othon Palace Hotel (200 pessoas) Participantes:Eliane Cantarino O’Dwyer – Universidade Federal FluminenseUbiratan Castro de Araujo – Fundação Pedro CalmonPaulo Roberto Bahiense – Secretaria de Educação do Estado do Rio de JaneiroSandro José da Silva – Universidade Federal do Espírito SantoThais Garone - MDACarlos Eugênio Líbano Soares – Universidade Federal da Bahia (UFBA)Juliana Barreto Farias – Doutoranda Universidade Federal de São Paulo (USP)Coordenadores: Mauricio Reis-Diretor do Dep. de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA-FCP) e Mariana Fernandes (DPA-FCP)Relatores: Vilma (PGG/FCP); Mestre Cláudio (FCP/Alagoas) e Paulo Santos (IBGE)ATIVIDADE: GT 4 – POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE – RELATO DE EXPERIÊNCIASHorário: 14h – 18hLocal: Sala 2 – Othon Palace Hotel (100 pessoas) Participantes:Petronilha Beatriz Gonçalves – Universidade Federal de São CarlosJacques D´adesky – Universidade Candido Mendes/RJRaimunda Luzia de Barros – Secretaria da Igualdade Racial (MS)Carlos Alberto Medeiro – CEPIR/RJCarlos Benedito Rodrigues da Silva – Universidade Federal do MaranhãoSergio Peñaloza Perez – Associação Civil México Negro – MéxicoDeborah Santos – Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPNCoordenadora: Dora Lúcia de Lima Bertúlio – Procuradora da Fundação Cultural PalmaresRelatores: Marilu Lima de Oliveira – Programa Antonieta de Barros – Assembléia Legislativa Santa CatarinaATIVIDADE: GT 5 – CULTURA E EDUCAÇÃO NA INTEGRAÇÃO DOS POVOS AFRODESCENDENTES IIHorário: 14h – 18hLocal: Sala 3 – Othon Palace Hotel (100 pessoas)Participantes:Ruth Pinheiro – Centro de Apoio ao Desenvolvimento (CADON)Julio Romário – Conselho de Defesa dos Direitos do Negro do Distrito FederalOswaldo Felix Bilbao Lobaton – (Centro de Desenvolvimento Étnico – Peru)Silvio Humberto - Instituto Steve BikoCoordenadora: Azoilda Loretto da Trindade – Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Estácio de SáRelator: Benedito Sérgio – Fundação Cultural Palmares /Representação RJJORGE EUMAWILYÊ SANTOS
Rio - Pesquisa divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na semana passada, com base em dados do IBGE, revela que as mulheres pretas e pardas (negras) são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso (em que há intenção de matar), no Rio.Segundo a pesquisa, que tem como título Dossiê Mulher 2010, as mulheres negras representam 55,2% das vítimas de homicídio, 51% das vítimas de tentativa, 52,1% de lesão corporal. No caso dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor o percentual de vítimas mulheres negras é de 54%. As mulheres brancas representam 50,2% nos crimes de ameaça.Para Lúcia Xavier,coordenadora da ONG Crioula, embora o racismo não esteja evidente nos casos de violência contra a mulher negra, está por trás de processos de vulnerabilização dessas mulheres, que as deixam mais expostas a situações d e violência."O racismo permite que a sociedade entenda que essas mulheres [negras] podem ser violentadas", afirmou Lúcia. "Está aí a representação delas como lascivas, quentes, sem moral do ponto de vista da sua experiência sexual. Logo, acabam mais vulneráveis para essa violência", afirmou Lúcia.