quinta-feira, 15 de julho de 2010

Racismo ainda é tema controverso na XI Conferência da CEPAL sobre a Mulher

Neste dia 14 de julho os debates entre os governos participantes da
CEPAL na XI Conferência sobre a Mulher para a finalização do documento
de compromisso dos Estados nacionais em relação à igualdade foram intensos.

Um dos temas que provocaram maior resistência foi a inclusão, no
documento denominado Consenso de Brasília, de menções ao racismo como um
dos principais fatores produtores de desigualdades em nossa região.

Ativistas do movimento de mulheres negras, do movimento feminista e do
movimento anti-racismo buscaram negociar com representantes
governamentais de diferentes países, para que utilizassem a linguagem já
aprovada por estes mesmos governos na Conferência de Durban como a
melhor redação a ser incluída no documento. No entanto, liderados pelos
Estados Unidos, alguns países seguem resistindo à utilização daquela
linguagem ou ainda ao reconhecimento do racismo como fator de
desigualdades a que estes Estados nacionais devem enfrentar.

Os debates e negociações continuarão neste dia 15, com expectativas de
encerramento das negociações ainda hoje.

À noite houve uma reunião convocada pelas diferentes agências da ONU
para a mulher, lideradas por Unifem, com ativistas dos movimentos de
mulheres para compartilhar informações e ouvir sugestões sobre a nova
ONU-Mulher, organização que esta sendo criada e que reunirá os
diferentes organismos que atuam neste tema. Entre as falas do movimento
feminista, teve destaque a demanda pelo cargo da direção da nova
ONU-Mulher ficar em mãos de uma mulher latino-americana. O nome citado
por algumas foi o da ex-presidente do Chile Michele Bachelet. Ativistas
negras e indígenas presentes nesta reunião afirmaram que, apea de
apoiarem a demanda por nomes latinoamericanos na direção, o fundamental
é que a ONU-Mulher se comprometa com ações voltadas para o fim das
desigualdades e iniquidades que nos atingem, através da criação e
desenvolvimento de secretarias, programas e ações voltadas para os
interesses de afrodescendentes, indígenas, considerando questoes
geracionais e de orientação sexual, entre outras, com especial atenção
às jovens e às lésbicas.

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