quinta-feira, 15 de julho de 2010
Racismo ainda é tema controverso na XI Conferência da CEPAL sobre a Mulher
CEPAL na XI Conferência sobre a Mulher para a finalização do documento
de compromisso dos Estados nacionais em relação à igualdade foram intensos.
Um dos temas que provocaram maior resistência foi a inclusão, no
documento denominado Consenso de Brasília, de menções ao racismo como um
dos principais fatores produtores de desigualdades em nossa região.
Ativistas do movimento de mulheres negras, do movimento feminista e do
movimento anti-racismo buscaram negociar com representantes
governamentais de diferentes países, para que utilizassem a linguagem já
aprovada por estes mesmos governos na Conferência de Durban como a
melhor redação a ser incluída no documento. No entanto, liderados pelos
Estados Unidos, alguns países seguem resistindo à utilização daquela
linguagem ou ainda ao reconhecimento do racismo como fator de
desigualdades a que estes Estados nacionais devem enfrentar.
Os debates e negociações continuarão neste dia 15, com expectativas de
encerramento das negociações ainda hoje.
À noite houve uma reunião convocada pelas diferentes agências da ONU
para a mulher, lideradas por Unifem, com ativistas dos movimentos de
mulheres para compartilhar informações e ouvir sugestões sobre a nova
ONU-Mulher, organização que esta sendo criada e que reunirá os
diferentes organismos que atuam neste tema. Entre as falas do movimento
feminista, teve destaque a demanda pelo cargo da direção da nova
ONU-Mulher ficar em mãos de uma mulher latino-americana. O nome citado
por algumas foi o da ex-presidente do Chile Michele Bachelet. Ativistas
negras e indígenas presentes nesta reunião afirmaram que, apea de
apoiarem a demanda por nomes latinoamericanos na direção, o fundamental
é que a ONU-Mulher se comprometa com ações voltadas para o fim das
desigualdades e iniquidades que nos atingem, através da criação e
desenvolvimento de secretarias, programas e ações voltadas para os
interesses de afrodescendentes, indígenas, considerando questoes
geracionais e de orientação sexual, entre outras, com especial atenção
às jovens e às lésbicas.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
CONSCIÊNCIA POLÍTICA E SOBERANIA NEGRA
Nesses tantos anos de luta e movimento, me parece que já é tempo maduro para uma nova postura da comunidade negra do ponto de vista étnico-político. Consciência sugere a idéia de liberdade e autonomia. Daí que, toda iniciativa do povo negro do ponto de vista político, deve conseqüentemente, primar pela defesa da soberania étnica da comunidade negra. Por soberania consideramos o exercício livre da vontade pessoal do ser humano e, nesse caso, toda ação livre tem em si um objetivo a ser alcançado. Assim, nós negros e negras temos de saber o que desejamos alcançar com as iniciativas realizadas no dia 20 de novembro e a quem desejamos atingir. Sugiro aqui três idéias: Primeira, devemos atingir a consciência do povo negro, no sentido de que toda e qualquer pessoa da etnia negra tome consciência e conhecimento da real situação em que vivemos na sociedade brasileira; depois “pedagogizar” as ações da Semana da Consciência Negra. Isto é, encontrar novas fórmulas de como nós dos movimentos organizados vamos “seduzir” os negros e negras não envolvidos nos movimentos e em organizações, para que venham fazer parte das ações e, assim, despertem a consciência e reconheçam que a luta é de todas e de todos nós; por último, tem de ser uma idéia, cuja fundamentação tenha repercussão na sociedade civil e no poder público. O povo negro no Brasil é maioria populacional, mas ao longo dos anos tem aceitado e legitimado que apenas os homens brancos assumam o poder político em detrimento dos homens e mulheres da etnia negra. Essa cultura do “embranquecimento” tem dificultado o equilíbrio sócio-político e econômico da etnia negra em relação à maioria da população branca, pois, uma vez no poder, os homens brancos desconhecem a importância do povo negro na estruturação da economia brasileira e, quando predispõem a realizar algo que tenha como referência a cultura negra, o fazem via políticas públicas e ou ações afirmativas, as quais são importantes dadas as circunstâncias históricas do país, mas é verdade, são ações que não resolvem o problema do povo negro, quando muito ameniza. Pensemos nas comunidades quilombolas e nos tantos negros e negras que vivem nas periferias das cidades e que não estão inseridos em nenhum movimento e não são quilombolas, pensemos nas estradas do Brasil e vemos os “homens invisíveis” ( os andarilhos das estradas do país), são negros na sua imensa maioria. Veremos que nós temos muito pelo que lutar e exigir em termos de políticas públicas e de ações afirmativas.
Consideremos aqui as políticas públicas do atual governo federal, de fato se trata de algo diferenciado em relação a todos os governos anteriores. Manteve o sistema de cotas, criou o ministério da promoção da igualdade racial, mas é agora a hora de manter-nos os olhos voltados para a realidade que nos cerca. Assim, entendo que o desafio do povo negro organizado é: mudar o foco da atuação e trazer os negros e as negras para o centro da discussão sendo que: cada negro e cada negra é representante de sua causa e assim, a causa de todos.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
MOÇÃO DE APOIO À JUSTIÇA E CONSTITUCIONALIDADE DO DECRETO Nº 4.887/2003
O Decreto nº 4.887/2003 é um instrumento adequado e justo, e cumpre a determinação constitucional estabelecida no artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispositivo que garante o reconhecimento das comunidades quilombolas e a titulação de suas terras.
A partir da edição do Decreto nº 4.887/2003 um conjunto de políticas públicas sociais foram implementadas através do Programa Brasil Quilombola, em garantia da melhoria da qualidade de vida das comunidades quilombolas. Nesse sentido, o referido decreto é um avanço político e social na busca de resgatar a grande dívida deixada pelos mais de 350 anos de regime escravocrata para garantir a plena cidadania de milhões de brasileiros que vivem nas comunidades quilombolas.
A Ação Direta de Inconstitucionalida de (ADIN) nº 3239 impetrada pelo Partido Democratas (DEM) contra o Decreto 4.887/2003 é um atentado à cidadania, aos direitos fundamentais, à história e à identidade dos quilombolas. A ADIN tem por objetivo manter privilégios sociais, econômicos e políticos, proteger a elite latifundiária e ferir de morte os avanços sociais conquistados pelo povo brasileiro.
A CMS se posiciona totalmente contrária a mais essa mobilização nefasta do DEM e dos latifundiários, que tentam usar o STF para manter seus privilégios inalterados.
O voto do STF pela inconstitucionalida de do decreto, obstruirá um processo vitorioso, em curso, de implementação de políticas de igualdade racial, aprofundada nos últimos anos.
As organizações sociais presentes na Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais aprovam esta moção de apoio à luta quilombola, que consiste, principalmente, na titulação das terras ocupadas ancestralmente. Essa é uma das mais antigas reivindicações da população negra após a abolição da escravatura, pois se libertaram do trabalho escravo sem ter seu direito à terra assegurado.
A demanda dos quilombolas é uma luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras por justiça social no campo, por isso precisa ser compreendida como importante instrumento de enfrentamento ao latifúndio improdutivo que através da grilagem matem a concentração de terra no Brasil. As comunidades quilombolas travam uma luta histórica contra as classes conservadoras, retrogradas e promotoras de violências e da vulnerabilização da agricultura familiar.
São Paulo, 31 de maio de 2010.
Membros da Coordenação de Movimentos Sociais (CMS)
NSB - Negritude Socialista Brasileira do PSB
ABI – Associação Brasileira de Imprensa
ABRAÇO – Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
ANPG – Associação Nacional dos Pós-graduados
CEBRAPAZ – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CMB – Confederação de Mulheres Brasileiras
CMP – Central de Movimentos Populares
CNBB/PS – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Pastorais Sociais
CNQ – Confederação nacional do Ramo Químico
CNTE – Confederação Nacional das Associações de Educação
CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
CONTEE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhadores Sem Terra
FUP – Federação Única dos Petroleiros
MMM – Marcha Mundial de Mulheres
MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados
MTST – Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto
UBM – União Brasileira de Mulheres
UNE – União Nacional de Estudantes
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
UNMP – União nacional por Moradia Popular/Ação Cidadania
Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais se solidarizam a luta quilombola
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Secretário nacional de Políticas de Igualdade Racial destaca avanços e desafios na área
“Nos últimos sete anos, ingressaram mais negros nas universidades públicas, do que nos 20 anos anteriores”, afirmou João Carlos Nogueira, secretário-adjunto da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal (Seppir), durante debate realizado nesta segunda-feira (24/05) no campus da UFES, em Vitória (ES).
A presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), participou da mesa de abertura do debate, que teve como tema de discussão “Igualdade Racial: desafios para a implementação de políticas públicas”. O evento foi organizado pelo Conselho Regional de Serviço Social do Espírito Santo (CRESS-ES), em parceria com o Movimento Negro Capixaba.
O objetivo foi promover um debate entre os assistentes sociais capixabas acerca da desigualdade racial no país e discutir ações e políticas públicas a serem implementadas para combate à discriminação racial no Estado e em todo o Brasil.
Para o secretário adjunto da Seppir, que já publicou 12 livros sobre a temática da desigualdade racial, “esse não é apenas um debate do Brasil, mas de toda a América Latina” e alertou para o campo de disputa existente em torno das políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no país.
“As políticas públicas que estão sendo colocadas em cursos no país, estão em disputa em todos os seus níveis, em especial as que tratam de uma mudança na educação. A elite branca, não comprometida com essas políticas, sabe o que é mexer na estrutura educacional brasileira e está fazendo de tudo para que elas não sejam efetivadas”, afirmou Nogueira.
Apesar das dificuldades por conta dessa disputa política, Nogueira apontou os avanços alcançados com o governo Lula. “A criação da Seppir demarca um espaço de instrumento de atuação oficial do estado para promover essas políticas”, destacou o secretário.
Nogueira ainda listou outras políticas como a criação da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares; do Programa Brasil Quilombola - que integra um conjunto de ações de vários órgãos federais para fazer valer os direitos das comunidades quilombolas -; a implementação da Lei 10.639, que torna obrigatória a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos escolares; a aprovação na Câmara dos Deputados o Estatuto da Igualdade Racial e da Lei nº 180/2008 para implementação das cotas para o ensino superior, ambas atualmente em tramitação no Senado Federal.
Na avaliação da deputada Iriny Lopes, o governo Lula teve muitos avanços mas muito ainda precisa ser feito para que a população negra conquiste seus direitos ignorados por séculos de preconceito e discriminação. “O governo Federal avançou muito, em relação aos governos anteriores, mas muito ainda precisa ser feito. A minha presença aqui é uma reafirmação do nosso compromisso histórico com a continuação dessa luta”, defendeu Iriny.
Também estiveram presentes no debate integrantes do movimento negro capixaba, Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Ufes (NEAB), Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea), Comissão de Estudos Afro-brasileiros (Ceafro), Pró-reitoria de Extensão da Ufes (Proex), Núcleo Afro Odomodê, Movimento estudantil da Ufes, Fórum da Juventude Negra (Fejunes).
No final da tarde, o secretário reuniu-se, na sede da Assembléia Legislativa do Estado, com o Movimento Negro Capixaba, tendo na pauta de discussões a situação dos quilombolas no estado e outras questões referentes ao movimento negro no estado.
Ameaça Quilombola
A vinda do Nogueira ao Estado coincide com um momento de incerteza para os quilombolas de todo o Brasil. A Ação Direta de Inconstitucionalida de (Adin) 3239, impetrada pelo partido Democratas (DEM) contra o Decreto Federal 4.887/2003, deverá ser julgada pelo Superior Tribunal Federal (STF) ainda no primeiro semestre deste ano, como informa o site do Supremo.
O decreto foi editado em 2003, após um longo e amplo processo de discussão que envolveu 13 Ministérios, Advocacia Geral da União (AGU) e movimento quilombola. Foi adotado como o marco jurídico que sustenta toda a política federal de titulação de terras de quilombos, mas, em função da ADIN corre o risco de ser anulado.
Para Iriny essa ação é uma atitude de forte cunho ideológico da oposição e não se fundamenta na constituição. “Do ponto de vista jurídico, ignora tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, e cujos artigos obrigam o Estado brasileiro a respeitar normas relativas ao direito de propriedade e aos direitos humanos de grupos raciais ou indivíduos que pertençam a eles”, defendeu a parlamentar.
Como presidente da CDHM, Iriny está articulando agenda junto à Advocacia Geral da União e ao Supremo Tribunal Federal para tratar do assunto, na defesa do Estado em nome dos quilombolas.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Agenda de evento na cidade de Salvador BA
MAIO
DIA 24 (SEGUNDA)
17:30 HS
LANÇAMENTO DO LIVRO “IDENTIDADE NEGRA: DIREITOS HUMANOS E FORTALECIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES POPULARES
LOCAL: CESE – RUA DA GRAÇA 164, EM FRENTE À FARMACIA SANTANA
DIA 25 (TERÇA)
11:00 HS
PALESTRA “GEOPOLITICA DOS PAISES AFRICANOS: O PAPEL DA UNIÃO AFRICANA”
LOCAL: ESCOLA DE ECONÔMIA DA UFBA, PRAÇA DA PIEDADE EM FRENTE A POLICIA CIVIL
18:00 HS
PALESTRA DO DR. CARLOS MOORE “AFRICANIDADES E PENSAMENTO NEGRO: REPENSANDO O CONCEITO DE NEGRITUDE SEGUNDO AIMÉ CÉSAIRE”
LOCAL: BIBLIOTECA CENTRAL DOS BARRIS
21:00 HS
ABERTURA DO ENCONTRO IBEROAMERICANO
DIA 27 (QUINTA)
ATIVIDADE: CERIMÔNIA DE ABERTURA
Horário: 9h – 10h
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Ministro da Cultura – Juca Ferreira
Demais Ministros Presentes
Presidente FCP – Zulu Araujo
Organismos Internacionais
ATIVIDADE: CONFERÊNCIA: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS POPULAÇÕES AFRO-LATINAS E DO CARIBE
Horário: 10h – 12h
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Ministra Paula Moreno Zapata (Colombia)
Almoço
Horário: 12h – 14h
ATIVIDADE: MESA 1 – A FORÇA DA DIÁSPORA AFRICANA
Horário: 14h – 15h
Debate: 15h – 15h40
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Madiagne Diallo – Pontifícia Universidade Católica (PUC/RJ)
José Sanches Chala Cruz – Equador (a confirmar)
Sidney Bartley – Ministério da Cultura da Jamaica
Sérgio Peñaloza Perez – Agência Espanhola de Coperação Internacional Para o Desenvolvimento (México) (a confirmar)
Mediador: Carlos Alberto Santos – Universidade Católica de Brasília (UCB/DF)
Intervalo
Horário: 15h – 15h40
ATIVIDADE: MESA 2 – AS EXPRESSÕES CULTURAIS NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADES
Horário: 16h – 17h
Debate: 17h – 17h30
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Florentina Souza – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Jéferson R. Rezende (Jéferson D) – Cineasta
Marcia Sant’Anna – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
Moisés Medrano – Ministério da Cultura da Colômbia
Indira Cedeño – Embaixada Panamá no Brasil
Mediadora: Mércia Queiroz – Coordenadora Geral Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC-FCP)
ATIVIDADE: MESA 3 – PRODUÇÃO MIDIÁTICA NA AMÉRICA LATINA – IMAGEM AFRO
Horário: 17h30 – 18h30
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Valter Firmo – Diretor
Márcio Vasconcelos – Fotógrafo
Renzo Devia – Diretor e Produtor Filme “Afrolatinos” da Colômbia
Raquel Gerbe – Diretora do Documentário Ori
Mediador: Elisio Lopes – Diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP-FCP)
DIA 28 (SEXTA)
ATIVIDADE: MESA 4 - BASE DE DADOS, MÍDIA DIGITAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Horário: 9h – 10h30
Debate: 10h45 – 12h
Local: Auditório do Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
José Márcio Barros -
Observatório da Diversidade Cultural
Marta Macedo Kerr Pinheiro – Rede Franco-brasileira de Pesquisadores em Mediações e Usos Sociais de Saberes e Informação – MUSSI
Mércia Queiroz FCP – Observatório Afro-Latino
Eduardo Torres Cuevas – Sistema de Bibliotecas de Cuba
Mediadora: Carolina Petitinga – Coordenadora de Estudos e Pesquisas (CNIRC-FCP/MinC)
Debatedor: Luciano Damasceno – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SeCULT)
Intervalo
Horário: 10h – 10h45
ATIVIDADE: GT 1 – CULTURA, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTAS DE INTEGRAÇÃO
Horário: 9h – 12h
Local: Sala 2 - Othon Palace Hotel (100 pessoas)
Participantes:
Ailton Benedito – Membro do Conselho Editorial da Revista Comunicação & Política do CEBELA – Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americano
Ricardo Freitas – Universidade Estadual de Santa Cruz/BA
Rosane Borges – Universidade Estadual de Londrina
Henrique Cunha Jr – Universidade Federal do Ceará
Antonio Pompeo – A Cor da Cultura
Madiagne Diallo – Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Nelson Inocêncio – Universidade de Brasília – UNB
Coordenadora: Eliane Borges – Chefe de Gabinete (FCP)
Relatora: Luciana Mota – Fundação Cultural Palmares/Representação Bahia
ATIVIDADE: GT 2 – CULTURA E EDUCAÇÃO NA INTEGRAÇÃO DOS POVOS AFRODESCENDENTES I
Horário: 9h – 12h
Local: Sala 3 – Othon Palace Hotel (100 pessoas)
Participantes:
Makota Valdina Pinto – Conselheira do Conselho Curador da Fundação Cultural Palmares (FCP)
Cláudia Miranda – Universiade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
Roberto Borges – Centro Tecnológico do Rio de Janeiro
Irineia Lina Cesário – Secretaria de Educação do Estado Mato Grosso do Sul
Paulino de Jesus Cardoso – Universidade Estadual de Santa Catarina
Zélia Amador de Deus – Universidade Federal do Amazonas
Coordenadora: Maria Aparecida Chagas – Coordenadora-Geral de Gestão Estratégica (CGE-FCP)
Relatora: Ana Cláudia Alves Medeiro – Coordenadora de Modernização (CGE-FCP)
Almoço
Horário: 12h – 14h
ATIVIDADE: GT 3 – COMUNIDADES TRADICIONAIS E MAPEAMENTOS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
Horário: 14h – 18h
Local: Sala 1 – Othon Palace Hotel (200 pessoas)
Participantes:
Eliane Cantarino O’Dwyer – Universidade Federal Fluminense
Ubiratan Castro de Araujo – Fundação Pedro Calmon
Paulo Roberto Bahiense – Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro
Sandro José da Silva – Universidade Federal do Espírito Santo
Thais Garone - MDA
Carlos Eugênio Líbano Soares – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Juliana Barreto Farias – Doutoranda Universidade Federal de São Paulo (USP)
Coordenadores: Mauricio Reis-Diretor do Dep. de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA-FCP) e Mariana Fernandes (DPA-FCP)
Relatores: Vilma (PGG/FCP); Mestre Cláudio (FCP/Alagoas) e Paulo Santos (IBGE)
ATIVIDADE: GT 4 – POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE – RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Horário: 14h – 18h
Local: Sala 2 – Othon Palace Hotel (100 pessoas)
Participantes:
Petronilha Beatriz Gonçalves – Universidade Federal de São Carlos
Jacques D´adesky – Universidade Candido Mendes/RJ
Raimunda Luzia de Barros – Secretaria da Igualdade Racial (MS)
Carlos Alberto Medeiro – CEPIR/RJ
Carlos Benedito Rodrigues da Silva – Universidade Federal do Maranhão
Sergio Peñaloza Perez – Associação Civil México Negro – México
Deborah Santos – Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN
Coordenadora: Dora Lúcia de Lima Bertúlio – Procuradora da Fundação Cultural Palmares
Relatores: Marilu Lima de Oliveira – Programa Antonieta de Barros – Assembléia Legislativa Santa Catarina
ATIVIDADE: GT 5 – CULTURA E EDUCAÇÃO NA INTEGRAÇÃO DOS POVOS AFRODESCENDENTES II
Horário: 14h – 18h
Local: Sala 3 – Othon Palace Hotel (100 pessoas)
Participantes:
Ruth Pinheiro – Centro de Apoio ao Desenvolvimento (CADON)
Julio Romário – Conselho de Defesa dos Direitos do Negro do Distrito Federal
Oswaldo Felix Bilbao Lobaton – (Centro de Desenvolvimento Étnico – Peru)
Silvio Humberto - Instituto Steve Biko
Coordenadora: Azoilda Loretto da Trindade – Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Estácio de Sá
Relator: Benedito Sérgio – Fundação Cultural Palmares /Representação RJ
JORGE EUMAWILYÊ SANTOS
Mulheres Negras
Segundo a pesquisa, que tem como título Dossiê Mulher 2010, as mulheres negras representam 55,2% das vítimas de homicídio, 51% das vítimas de tentativa, 52,1% de lesão corporal. No caso dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor o percentual de vítimas mulheres negras é de 54%. As mulheres brancas representam 50,2% nos crimes de ameaça.
Para Lúcia Xavier,coordenadora da ONG Crioula, embora o racismo não esteja evidente nos casos de violência contra a mulher negra, está por trás de processos de vulnerabilização dessas mulheres, que as deixam mais expostas a situações d e violência.
"O racismo permite que a sociedade entenda que essas mulheres [negras] podem ser violentadas", afirmou Lúcia. "Está aí a representação delas como lascivas, quentes, sem moral do ponto de vista da sua experiência sexual. Logo, acabam mais vulneráveis para essa violência", afirmou Lúcia.
domingo, 23 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
PROPOSTA NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO SOCIALISTA - PSB
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB
PROPOSTA NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO SOCIALISTA
Refletir sobre a CONSCIÊNCIA NEGRA demanda o pensamento de no mínimo três vieses para podermos conduzir a discussão e alcançarmos um entendimento da questão: a questão do negro/negra enquanto seres humanos; a política enquanto poder e gestão das políticas públicas e das ações afirmativas. Assumindo essas dimensões, podemos propor um verdadeiro caminho para uma nova consciência das relações étnico-raciais de forma humanizada. Temos que propor as discussões étnico-raciais à mídia de forma que essa desperte nos telespectadores a necessidade de fazer uma reflexão coerente sobre a situação do povo negro no Brasil. Os recentes dados estatísticos revelam situações de vida nas comunidades de maioria negra que são ao nosso ver, gritantes: por um lado, o desrespeito, o descaso e a discriminação com os negros e negras e por outro lado, há a nítida carência de políticas governamentais e ações afirmativas que promovam a educação, a formação humana e o respeito ao seres em suas diferenças étnico-raciais. As leis existem, mas não são implementadas e, portanto, desrespeitadas. Tomamos como fundamento teórico, um conceito pouco conhecido, mas que possibilitar-nos-á ter uma concepção do homem negro e da mulher negra não só como potenciais artísticos, bons desportistas e de beleza física, mas também, homens e mulheres como potencial em relação à intelectualidade. Estamos convictos e convictas de que historicamente continua-se negando a importância dos negros e das negras no Brasil. O povo negro continua sendo “tolerado”, mas não aceito, “percebido”, mas não respeitado. Não se pode aqui negar o esforço dos segmentos negros/negras organizados, mas é fato: as políticas públicas não contemplam o ideal. Por esse motivo, ao longo dos tempos o povo negro tem sido vítima da “despossessão social, psíquica e econômica”. Não temos sido vítimas só do preconceito, da segregação e da intolerância social; não é exagerado afirmar aqui que uma parcela de negros e negras têm que enfrentar algo pior: o sutil afunilamento ao êxito social.
Valorizar os negros e as negras, não pode significar apenas reconhecer a beleza física, a força nos esportes ou na música. É importante lembrar que esses homens e mulheres também pensam com rigor e método, são também produtores do saber intelectual. Seguindo esse raciocínio, é de fundamental importância que, através da mídia, da organização sócio-política, motivemos mulheres e homens negros a tomarem consciência dessa realidade.
O filósofo Ortega y Gasset disse: “Eu sou eu e minha circunstância”. Disso se segue que esse “eu” só pode ser um “eu autêntico”, intrínseco ao ser humano. Essa pessoa assim constituída, sendo consciente pode dessa forma viver a sua circunstância em relação ao outro, com o mundo e com as coisas que o rodeiam. De igual forma, o mundo e as coisas não são realidades separadas desse “eu autêntico”. É dentro dessa perspectiva que a pessoa vive a age. É nesse sentido e nessa ordem que temos que estimular as crianças, os adolescentes e os jovens acerca da idéia de “Consciência Negra”, a qual não pode ser e nem deve ser um mero “slogan”, mas algo que vá além da satisfação das necessidades imediatas, algo que “fisgue” pelo coração e pela razão, as negras e negros que sem saberem ignoram a sua própria causa. Neste 1º Encontro Nacional do Movimento Negro PSB, constatamos e entendemos que a consciência negra tem de ser nossa “ideologia” e a nossa “máxima de vida”. Temos que conceber o ser humano como a vida de um “eu” que em tese é o projeto de um existir, o qual desenvolverá sempre as potencialidades de realizar um plano ou um programa que nos seja determinado. Portanto, cada indivíduo pode e deve encontrar em si mesmo a força da decisão, a clareza acerca do próprio destino, a perspectiva de uma nova solidariedade social e histórica. O ser humano pode acordar da animosidade em que a massificação pretende mantê-lo cativo.
Confira Documento na íntegra
Valneide Nascimento
Secretária Geral
Movimento Negro
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
O NEGRO CONTEMPORÂNEO
A nossa história é cheia de tragédia. Primeiro foi a tráfico de negros que foram submetidos à escravidão ao trabalho forçado.
Segundo a condenação pela igreja católica, tirando-lhes a alma e negando o direito de cultuar seus próprios deuses e exercer a fé segundo suas crenças.
O que sobrou disso tudo? Um povo discriminado, submetido aos piores empregos, muitas vezes afastados do convívio urbano e social, morando em favelas e nos subúrbios das cidades.
Lembro-me quando ainda menino, ouvia a expressão “fulano é um negro de alma branca” e ficava a imaginar como seriam as almas. Hoje vejo que essas almas tem cor. É a cor da discriminação, a cor da hipocrisia, a cor da intolerância!
Para combater essa distorção social é que devemos nos esforçar e lutarmos para romper com o preconceito de raça, com o preconceito de gênero e com o preconceito na política.
A rota do Atlântico-Sul se desfez, mas o que nos restou? Injustiça? Descaso? Analfabetismo?
Há poucos dias, uma cena estarreceu Brasília, um jovem empresário da cidade, cuspiu o rosto e uma senhora e a ofendeu com xingamentos. Isso, nos dias atuais e no centro da capital federal.
Diante disto, defendemos maior participação nas aéreas de Educação; Saúde;Trabalho, emprego e renda; o direito à terra e maior participação nos organismos próprios de incentivo às políticas de ação afirmativas nas comunidades urbanas e rurais.
Euclides Vieira silva
Coordenação Região Centro-Oeste
13 de maio – E a segregação de um Povo
A escravidão no Brasil, representou uma das mais graves torturas de um povo que teve sua liberdade interrompida para beneficiar as elites. Decisão está que deixou graves seqüelas de exclusão, dependência, subordinação de um povo que teve um papel fundamental para a construção do Brasil.
Há 122 anos atrás sobre pressão da Inglaterra para expandir seus negócios e obter mais lucros, vendendo suas máquinas aos senhores de engenho, "A Princesa Imperial Regente, em Nome de Sua Majestade, o Imperador, o senhor dom Pedro II, faz saber a todas imposições do Império que a Assembléia Geral decretou e Ela sancionou assinou a “Lei nº 3353 de 13 de Maio de 1888, denominada LEI AUREA não para reconhecer um erro histórico, nem tão pouco porque amava os negros e sim para tentar resolver um problema que na época era de interesse dos brancos, ficando assim transcrita:
Art. 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Como seve estes dois artigos são tão poucos, mais causarão um dano enorme aos negros e negras deste país, por não ter se pensado em nenhum projeto de benefício social para os emancipados.
Fomos jogados porta afora das senzalas, a mercê da própria sorte, sem qualquer tipo de direito ou garantia, descalços, desnudos, com fome. Fome de direitos, fundamentais a existência humana em sociedade.
A abolição, contudo, não representou o fim da exploração do negro no Brasil, nem a sua integração - em pé de igualdade - na sociedade brasileira, que ainda tem uma enorme dívida para com os descendentes dos escravos.
Acreditamos que só através da união de todos, negros e brancos, em todos os segmentos da sociedade, poderemos conquistar um país justo e igualitário, onde negros e brancos vivam com dignidade.
E cabe a nós negros e não negros intensificarmos nossas lutas por direitos à saúde, educação, trabalho, moradia, respeito, reconhecimento à nossa cultura, lazer e salários dignos.
Cristina Almeida
Secretária Nacional do Movimento Negro do PSB
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Palavras do Sr. Jorge Eumawilyê Santos - BA
Tudo em paz?
Cheguei bem e espero que todos e todas, que deixaram na tarde de ontem, também tenham chegado bem e estejam bem.
As companheiras VALNEIDE e CRISTINA, espero que também estejam bem e, se ainda não retornaram, que retornem bem.
Companheir@s! Estou sentindo que após a Reunião/Encontro Nacional do ultimo final de semana, mesmo com as discussões acirradas e com características de "lavagem de roupa", o nosso segmento passará a reconstruir a sua caminhada da forma como se faz necessário.
Três participações me reempolgaram muito: a do JULIANO, a do DANILO e a do nosso 'Monsenhor DUMAS'. Pela tímida, porém, observadora participação na PLENARIA DE 2008 e na subseqüência da mesma no hotel onde ficamos hospedados, em cujo uma reunião foi realizada na ultima manhã da nossa estada no DF no pós-plenaria. Parabéns, e asseguro que com vocês este segmento ressurge como a FENIX que deu origem às demais. Muito obrigado.
Quanto ao nosso Nelson, sou suspeito para falar ou fazer-lhe qualquer elogio, pois temos quase que a mesma idade na militância e no ativismo combatendo o racismo em todas as suas formas de aparecimento. Porém, também o agradeço pela predisposição com a qual tem nos aturado e se assumido NSB/PSB.
Quanto às meninas do MATO GROSSO e a da AMOZÔNIA, essas satisfatoriamente vão paulatinamente tomar conhecimento do que é ser negra e negra em suas regiões/Estados e no partido. É verdade, SIM, que somos vistos e invisibilisados. Os porquês! São vários, porém o mais importante e contra o qual devemos nos insurgir, é o quanto não somos quistas e quistas. Na idéia de muitas e muitos, somos apenas figuras de importância alegorável em seus projetos, e ótimos depositários de votos nos mesmos na direção da sua continuidade e deplorável alternância nos poderes políticos constituídos nesta nação Brasil.
As dificuldades que sempre iremos encontrar para nos organizarmos faz parte do projeto de domínio da Raça, instituído de maneira muito eficaz.. Precisamos provar que somos capazes de resistir, como resistiram os nossos antepassados para que chegássemos até aqui.
Quantos aos demais, já acumularam ao longo desses quase 15 (quinze) anos de ENFRENTAMENTO, Lutas, batalhas E GRANDES VITÓRIAS as quais podemos contabilizar, sem temores.
Agora é chamar as faltosas e os faltosos à responsabilidade, para de uma vez nos consolidarmos enquanto um segmento onde todas e todos defendam um único interesse, qual seja: a inegociável defesa do Povo Negro, DE QUALQUER MATIZ, de dentro e de fora do nosso partido
Vou finalizar, enviando e entregando as minhas mais elevadas saudações Panafricanistas, Renascentistas, Diaspóricas, Socialistas e Quilombolas.
PS. Por favor, repassem esta comunicação para todos e todas que em Recife estiveram; mande-nos as fotos, muitas das quais tiramos; e, se possível, quem a já dispuser, a lista de contatos atualizada para envio rotineiro de informações úteis e revigorantes nesta caminhada.
Beijões e Abraços aos montes, pois já estou vivendo com saudades.
'2010 Já chegou!
Livre Pensador - Cidadão do Mundo